sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Ahhhh...mamentação

Steph: Eu tive o meu ataque ontem. Surtei completamente. Ta sendo mto duro dar de mamar. Não ta dando mto certo.

Vivi: Então, amamentar êh complicado. Não te falei nada antes para vc não ir com uma barreira, mas o começo dói demais. Mesmo com a experiência da Nina, sofri mais com o dudu. Pra vc ter uma ideia, eu fechava os olhos, com um pano na boca para não gritar mto e minha mãe encaixava ele no meu peito pq eu não tinha coragem. Dps descobri q estava colocando ele torto. Fomos nos encaixando. Meu peito meio q calejando e hj estamos bem. Eu quase meti uma mamadeira no dudu no começo, me sentia a pior mãe do mundo mas com o tempo eles vão criando ritmo e a gente tbm

Steph: Qto tempo vc levou para pegar o ritmo? E ficar um pouco melhor?

Vivi: De vdd? 20 dias

Steph: Me da desespero só de pensar que demora tanto mas e melhor saber do que viver na ilusão

Vivi: Ta passando a lasinoh

Steph: Sim, to passando e colocando um gelzinho tb q deixo na geladeira e ajuda a aliviar

Vivi: Sabe que eu fiz q a pediatra indicou e eu achei mto bom. Fiz chá de camomila, esperei esfriar, molhei uma toalha e coloquei sobre o peito. Antinflamatorio natural

Steph: Vou tentar fazer isso! To tentando de tudo mesmo! Hehehe

Steph
Vivi
O começo da amamentação foi super difícil. E não adianta eu falar que não me alertaram sobre isso porque tinham. E eu também lido todos aqueles posts “as 10 coisas sobre amamentação que ninguém te contou”. Eu sabia que ia doer, eu já sabia que sai primeiro o colostro e demora para o leite descer, eu sabia de tudo isso...e não adiantou de nada. Na hora, bateu pânico e bateu a dor.
Quando a Maya não parava de chorar de fome, quando eu tentava colocar ela para mamar de 30 em 30 min com muita dor...nada do que eu sabia me reconfortou. A verdade é que nem lembrei de tudo isso porque nessa hora só sentia dor. Tanto física quanto emocional de ver minha filha chorar de fome.
Pedi ajuda para as enfermeiras do hospital. Toda nova enfermeira que entrava eu pedia para me mostrar, pedia ajuda, pedia conselhos. Queria escrever que teve alguma santa enfermeira com mais paciência que foi um anjo que caiu do céu e me ajudou. Mas, não, não foi também o que aconteceu. A maioria estava com pressa, impaciente, não entendia porque eu estava tão aflita. E eu não entendia porque elas não entendiam minha aflição. Hoje entendo que elas não me ajudavam mais porque não tinha nada mais a ser feito. Estava tudo certo, a Maya, eu, a pega estava correta. Eu só precisava de apoio emocional e isso elas realmente não tem tempo para dar.
Na última noite no hospital, eu desisti. Estava exausta, com muita dor, precisava clarear a cabeça e assim, me sentindo a pior mãe do mundo, autorizei o hospital a dar mamadeira e formula para a Maya por uma noite, para descansar.
E nessa noite, com toda a culpa e sentimento de derrota, decidi que não queria que fosse assim. Esse momento que eu me dei foi muito importante para não desistir. Foi um tempo para recuperar o folego. E aí também surgiram os meus anjos. Meu marido, minha mãe, minha sogra e minha pediatra. Todos juntos, com muita calma, me dando apoio e criando um ambiente de calma...
Não aconteceu magicamente, foi acontecendo. O ritual era sempre o mesmo. Sozinha, eu e ela, música e muita calma (as vezes ficava mais de uma hora trancada com ela..) começamos a nos encaixar. Junto comigo só o whatsapp e a pediatra do outro lado me acompanhando e me deixando tranquila de que eu estava sendo a melhor mãe que poderia. E assim, ao longo dos dias, a coisa começou a acontecer.
O que eu acho? Leia, se informe, se prepara, saiba que doí, que não é fácil....de algum jeito vai te ajudar. Mas, “na hora da verdade” tudo que você vai precisar é força de vontade, calma, pensamentos positivos e, como sempre falo, a sua rede de apoio.
Hoje dar de mamar é fácil e é rotina. Entendo a importância desse momento para o meu relacionamento com a Maya e entendo a importância do leite materno. E a Maya vai ter isso até quando sentir que faz sentido para nós duas. Mas, confesso que até hoje não é meu momento preferido. Eu gosto muito mais dos momentos que rimos juntas, brincamos e conversamos. Estou criando outros momentos nossos porque, em algum momento, porque quero, porque preciso, porque será necessário...esse nosso momentos vai deixar de existir. Mas, acho que isso merece outro post...
Tive 2 experiências de amamentar completamente diferente uma da outra. A Nininha, nasceu prematura, veio pegar no meu peito já tinha 20 dias de vida, meu peito foi preparado na sala de ordenha do Hospital Santa Catarina. Sim, chamava-se sala de ordenha, e tinham 2 assistentes de nutrição na sala, cuidando com muito carinho do meu peito para que ele fosse um alimento para minha bebe de 1,4kg, é um processo de nome estranho, mas lindo. Mostra para você o valor do leite materno e te bota na situação mais mamífera e animal que a maternidade pode te dar, é louco, se parar para pensar.
Nininha, tomava o leite numa sonda no começo, e depois passou para uma chuquinha e finalmente veio para o meu peito, e sem o menor drama, aquela boquinha tão pequena, pegou meu peito numa experiência amadurecida num esforço das fonoaudiologas e enfermeiras, pois a amamentação é um casamento do seu peito com o bebe, as 2 partes tem que estar, digamos, disponíveis.
Deu tudo certo, ela foi pra casa, eu toda orgulhosa do meu peito, e a moça não engordou, e dai tivemos que colocar o temido complemento. Me senti a pior mãe do mundo. Mas minha pediatra amiga e parceira, falou: "não vamos desistir do peito". Então começava a amamentação pelo peito, e depois o complemento. Até que em um momento, ela começou a tomar menos complemento, meu leite foi dando conta do recado e por fim, consegui amamentar a Nina no peito ate o 7o mês. Graças a Deus, não tive mastite, não empedrou, nada... ufa, digo que é sorte.
Com o Dudu, a historia foi diferente. Dudu nasceu com os meus sonhados 9 meses, horas depois de ter nascido, pegou meu peito tão lindo! Tudo certo, viemos para casa e as coisas começaram a mudar. Ele mamava muito e várias vezes, e isso foi machucando meu peito, a ponto de eu chorar para dar de mamar. Na minha cabeça passava comprar bico de silicone, tirar leite e por na mamadeira, mas venci bravamente (sério, me orgulho disso, porque doía muito) e a gente foi se ajeitando. Minha mãe foi muito parceira me falando que isso passava, que o peito iria calejar, dando técnicas e me ajudando muito, eu não tinha coragem de colocar o Dudu no peito, e quando chegava a hora de amamentar eu já suava... Ela segurava ele para mim, pedia para eu por um pano na boca para não assustar o bebê e me tranquilizava com o carinho de mãe. Também, com a pediatra, descobri que eu o colocava numa posição torta e isso era matador, na consulta, ela só ajeitou a posição dele no meu peito e na hora a dor melhorou muito.
O tempo passou e hoje eu curto tanto amamentar, Dudu está no auge dos 7,5kg de puro leite materno, eu me sinto muito bem e feliz!!!!! Só de pensar em parar, já me dói o peito, ou melhor, o coração. Mas isso será outro post.



quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Para nossos amigos...

Steph: Amiga sem filho: "e vc? Tudo bem? Novas?" Eu: "tudo bem, só beeem cansada" Amiga sem filho: "pq?" Eu: “.......”

Vivi: Kkkkk

Steph: Difícil explicar, né? Hj li uma frase sobre comparação entre qm tem e não tem filhos: "A vida de quem não tem filhos pode ser mais divertida e livre mas a nossa desse lado tem mais amor"

Steph
Vivi
Eu acho difícil esse assunto. Eu e o Fe somos os primeiros do nosso grupo de amigos próximos que temos filho. Isso nunca me incomodou, mas descobri que é mais difícil que eu imaginava. Não só porque em muitos momentos você não tem para quem perguntar ou pedir ajuda, mas porque é difícil manter a amizade como era antes quando sua vida vira de ponta cabeça desse jeito.
Qual a solução? Acho que eu não tenho uma resposta ainda, mas acho que cada um precisa olhar a coisa pelo ponto de vista do outro. Meus amigos precisam entender e respeitar que minha vida mudou e que agora vão existir outros assuntos, outro jeito de ficar junto e se divertir. E eu preciso respeitar que nem todos estão prontos para conviver intensamente com a Maya e isso não significa que eles gostem menos de mim.
Até então, eu descobri amigos incríveis. Amigos que entendem que estou sobre carregada e que tudo mudou radicalmente e que ajudam muuuito. Ligam e mandam mensagem quase todos os dias, pedem foto da Maya para acompanhar (mesmo quando não podem visitar!), trazem a manicure aqui em casa para eu poder me cuidar um pouco, passam uma tarde me ajudando trocando fralda, fazendo ela dormir... simplesmente amigos que tornam o dia a dia mais leve e me ajudam a entender que tudo bem que as coisas mudaram, mas que eles estão aí de qualquer jeito. E eu acho isso incrível porque eles nem tem filhos, mas realmente entendem minha nova vida. Para esses amigos, obrigada! Nunca vou esquecer toda a ajuda e amor e prometo retribuir quando for a vez de vocês J
E sim, também tenho alguns amigos que tenho visto com menos frequência ou que o relacionamento se tornou um pouco mais difícil. Eu entendo. Para eles, eu só gostaria de dizer que eu sei que muita coisa mudou, que eu sei que não é mais igual. Eu só posso prometer que eventualmente (não sei quando) as coisas vão ficar mais fáceis, eu vou estar mais adaptada, a Maya vai estar um pouco maior e nós as coisas aos poucos voltam ao normal. Se vocês aguentarem esperar até lá, eu vou ficar muito feliz!
Eu nunca fui de muitos amigos, tenho poucos. Mas sei o que posso contar de cada um, e sei quem são o que posso contar incondicionalmente. 
Mas de fato, a maternidade te muda muito e isso certamente impacta não só nas amizades, mas com todas as relações que você tem na vida.
Eu tenho uma amiga de infância, que vivemos muitas coisas juntas, engravidei antes dela e quando ela teve sua filha, de fato, nossa amizade sintonizou melhor, num entendimento natural do momento de cada uma.
Lembro de uma outra amiga que não tinha filhos, que quando me ligava não entendia muito porque as vezes eu não conseguia atender, e que quando teve o filho dela, foi a primeira coisa que me falou "agora entendo porque você não atendia".
Mas também é muito legal o universo de novas amizades na maternidade, você se identifica com valores de algumas mães, percebe que não tem nada a ver com outras. Depois que a Nina entrou na escolinha, isso ficou muito mais claro e fácil, são mães, em geral, que tem filhos e fases de vida semelhantes, e os dilemas, vontades, piadas, desabafos, tem uma harmonia de momento que não dá pra negar.
Suas outras amigas, que estão em momentos de vida diferentes, tem assuntos interessantes, é um mundo que não te pertence, mas existe, entretanto a troca diminui, então, naturalmente há um afastamento (pelo menos no meu caso).
Ser mãe te domina muito, e isso não sei se é de todo bom, pode te alienar até inconscientemente, então, eu acho que o ideal seria dosar isso, mas eu, de verdade, ainda não aprendi.




segunda-feira, 29 de setembro de 2014

As mães e suas táticas

Steph: As vezes sinto q ela ta entediada então chora....Hahaha

Vivi: kkk...Carteado?

Steph: As vezes danço com ela! Hahaha

Vivi: Boa

Steph: E qdo eu to no limite normalmente. Ai ajuda as duas...Hahaha

Steph
Vivi
18:30 todos os dias na minha casa...é a hora chamado de “hora do terror”. É a hora que a Maya já está irritada, cansada, com fome. Mas, eu enrolo ela mais uns 30 min para dar banho. Enrolo porque descobri que essa meia hora faz diferença. Logo depois do banho ela relaxa, mama e dorme a noite inteira tranquilamente.
A decisão é minha de enrolar ela um pouco, mas não significa que todos os dias seja exigido de mim uma paciência gigante para aguentar 30 min de choro.
E dai?? E dai que até para isso desenvolvemos nossas técnicas. A minha é dançar. Sim, 18:30 na minha casa, na “hora do terror”, você vai encontrar eu e a Maya dançando pela casa.
As vezes isso não resolve e ela continua chorando, mas pelo menos isso me acalma e me deixa tranquila, para passar tranquilidade para ela. E as vezes até funciona e ela para de chorar e curtimos juntas.
Cada mãe é diferente, sim, especialmente porque cada uma tem a sua tática para os momentos mais diferentes (e difíceis!).
As táticas são particulares e muitas vezes engraçadas. Quem nunca ouviu de colocar um bolinha de cobertor na testa para para de soluçar? A bisa Alice (Vo do marido) tem táticas, pra não dizer simpatias, simplesmente para tudo, sério, da para escrever um livro. É engraçado ouvir, muitas delas são soluções rústicas da época, que hoje só receberam uma cara tecnológica nova, como a chupeta de hoje era um paninho umedecido molhado em alguma coisa doce, e assim vai. Cada um cria o seu jeito.
Nas cólicas da Nina eu me lembro que para aguentar o choro (e foram muitos), eu fechava os olhos e imaginava que estava no mar.
O Du tem uma técnica de fazer o Dudu dormir tão estranha, ele chacoalha o bebê, bate ritmo tipo samba no bumbum dele, não suficiente, ao colocá-lo no berço ele coloca a almofada sobre as pernas dele. Sei lá porque, sempre funciona.




quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A gente é tudo tonta

Vivi: Hoje eu tenho ctz q fiz uma família. E da trabalho fazer isso, é vdd, mas a sensação de êxtase nas descobertas e conquistas é incrível. Vai dizer q vc não se achou a super mãe que a Maya está com 3kg já?

Steph: Sim claro! So de ela sorrir hj já me senti assim! Hahaha

Vivi: A gente é td tonta. Reclama, mas é td boba

Steph
Vivi
Tem dias difíceis...muito difíceis. Nesses dias da vontade de gritar, sair correndo e largar todo aquele choro, fraldas e amamentação para trás. E daí sabe o que acontece? Naquele momento que você seriamente considera fazer isso...ela para de chorar, te olha e começa a gargalhar. Parece que até entende que você estava pertinho do limite. Nessas horas eu realmente acredito na força que tem a conexão mãe-filho. É uma conversa e troca sem nem precisar de palavras.  
E mãe...mãe reclama, mãe sofre, mãe abre mão, mas mãe é tudo boba. Um simples sorriso, resolve tudo. Um sorriso apaga uma noite mal dormida, o nosso bebê engordar mais do que esperado compensa um mês inteiro de dedicação exclusiva....
As vezes nos sentimos presa em tantas tarefas ou então na responsabilidade que temos todos os dias, mas a verdade é que se você parar agora e olhar para o seu filho...você vai se encher de novo de paciência, amor e tranquilidade. Seja uma boba feliz!!!
Tenho para mim que os clichês na maternidade, em geral, são quase tudo verdade. Conversando muito com a Steph vejo o quanto somos mães bobas, cada uma na sua personalidade, mas tudo tonta.
Já li uma vez que o bebê começa a trocar interações com a mãe com 1 mês de vida, não por acaso, pois é quando a rotina começa. Ficar normal e tende a ser chata e monótona, e eu acredito muito nisso.
E aqui em casa as interações com os filhos vivem momentos diferentes, de um lado eu me surpreendo com a riqueza de vocabulário e sagacidade que a nina desenvolve, a ponto de dizer para mim "mamãe, nunca comi isso na minha vida!" num tom bem mexicano, não tem como não ir lá e dar um apertão.
Do outro, Dudu ensaia não só seus primeiros sorrisos, mas suas primeiras gargalhadas, e o reconhecimento dele das pessoas começa a fica evidente e confesso que quando ele chora com algum estranho e para quando eu o pego, rola uma felicidade.
Um dia, senti de dar um abraço na minha mãe, não faz muito tempo, e ela ficou tão feliz, e eu entendi tudo, então, vale a pena pequenos gestos de carinho com a mãe sempre, isso sempre vai deixá-la boba. 





sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Meu jeito, meu parto

Vivi: Bebê nasce dia 3/6, 7h da manha

Steph: Oi Vivi! Aiii...quanta emoção! Fiquei super empolgada com vc! E senti uma pontinha de medo como se fosse eu!hahaha... Você vai fazer cesárea no fim?

Vivi: Vou ste.  A Dra acha melhor e eu tbm, por conta do clexane, Tem que programar a parada dele 2 dias antes... Da Nina queria mto que tivesse sido normal. Nesse eu só quero que saia td bem. Quem não teve opção em algum momento da vida não sabe o que esta falando. Enfim, desabafo...

Steph: Entendo o desabafo! Eu sou super a favor do parto q e melhor e mais seguro tanto para vc quanto para a criança


Vivi: Isso eh uma decisão , não cabe a ngm mais que vc e seu marido


Steph:  Ate pq vc tem o seu corpo e sabe o q ta passando e sentindo. Que o Dudu venha feliz e saudável!! Isso q importa! E que vc esteja tranquila


Vivi: Amém


Steph
Vivi
Tema polêmico. Parto e amamentação são os temas mais polêmicos da maternidade. Eu nem entendo porque...
Eu queria parto normal, sempre quis e torcia para ter a chance de isso ser possível. Queria vivenciar esse momento daquela maneira porque achava que isso ia criar um laço muito maior e mais forte entre mim e a Maya. Enxergava  a cesária como algo muito frio.
A Maya nasceu de cesária com data marcada. Por vários motivos (que nem vale a pena entrar) minha decisão foi pela cesárea.  Foi difícil abrir mão de tudo que imaginei. Mas, eu sabia que era a melhor decisão. Eu amei meu parto, me senti totalmente conectada com a Maya e consegui sentir todas as emoções que gostaria de ter sentido. Poderia ter sido diferente? Poderia. Eu nunca vou saber e tenho zero arrependimento.
Para mim essa é uma decisão só da mãe. Sim, não acho que nem seja do pai (apesar da opinião dele ser extremamente importante!). Mas, é uma decisão completamente egoísta. Decidi pelo que senti que seria o melhor para nós duas! Não só ela, não só eu! Eu e Maya, nós, como novo time.
O mais importante é que seja um momento único, tranquilo, feliz e cheio de lágrimas e “pessoas infladas”. Só isso e sem mais. Cada uma com sua opinião, como uma com o seu parto, cada uma merecendo respeito e sentir todo aquele amor assim que vê o filho nos braços.  
Ai quando você vira mãe tem tanta coisa que as pessoas falam, escrevem, gritam e quase impõem para chegar na perfeição.
Eu às vezes me pego pensando se a tal culpa materna que sentimos, em parte é reflexo do que lemos ou ouvimos. Que talvez se não fossemos expostos a tanta informação (e as vezes tão idiotas), seríamos mais brandas com nossas mentes.
Eu participo de grupos de mães do facebook, mas confesso que é mais para ter o que ler e rir de vez em quando, eu quase como pipoca e guaraná enquanto leio os posts e seus comentários. A necessidade de parecer a mãe perfeita e julgar as que não são é ridícula, me dá preguiça. Ser uma mãe de status é mais importante do que ser uma mãe.
Tem gente que não consegue amamentar, vi muito isso nos 30 dias de uti neo natal, mães que choram por não ter uma gota de leite, e o que fazer? Deixar o bebê com fome porque não tem leite materno?
Acho que a vida deveria ser o mais natural possível, quando você vira mãe, a sua preferência jamais deve sobrepor a proteção e cuidado do seu bebê.
Eu tenho preguiça de tudo que quer ser perfeito, gosto do que quer ser bom, honesto... Meus 2 partos foram cesáreas (isso não é uma apologia), ambos por decisões medicas que eram as que deixariam meus bebês seguros e eu também, afinal, eles precisariam de mim. 
Era do jeito que imaginei? Não. Foi menos feliz? Não. A vida é assim. E as vezes nossos bebes já descobrem desde o inicio.





terça-feira, 16 de setembro de 2014

O mundo agora é outro

Vivi: Eu vejo algumas coisas, e preciso compartilhar, olha isso: "O amor era físico. Não vinha do coração, não vinha da cabeça. Estava na pele. Era sólido. Tinha forma. Dava para pegar."

Steph Ai, pode compartilhar que eu adoro! Vc sabe que eu sou a primeira das minhas amigas a ter filho. [...]. Ou seja, Pode ir mandando que eu leio TUDO! Ainda mais que é o primeiro...o mundo é outro agora!hahaha

Steph
Vivi
As vezes eu sinto que passo o dia todo plantando bananeira com uma mão só. Isso é o quão diferente esse meu novo mundo é vs. o que conhecia antes. Cada dia você aprende algo e precisa lidar com uma nova situação e emoções. As situações novas como dar banho sozinha, colocar gotinhas na boca de um recém nascido, saber o que fazer quando chora...é mais fácil e vamos aprendendo aos poucos e parece que nossos pequenos entendem isso e tem toda a paciência do mundo. Ou seja, perdi o medo de errar. Mas, a avalanche de sentimentos que me enche faz o mundo virar de ponta cabeça. Engraçado que antes da Maya nascer, achei que estava emocionalmente pronta para a situação, mas que não iria saber o que fazer. Depois que ela nasceu eu percebi que sei muito bem o que fazer (instinto materno existe, ainda bem!), mas que o lado emocional vira uma gangorra. Percebi que os 5 meses de licença maternidade são necessários para o seu bebê, mas também para você. Para organizar todos os sentimentos que nos enchem e que nos mudam.
Eu peguei esse tempo para descobrir novas coisas sobre mim, olhar mais para dentro. É difícil se reinventar, se redescobrir, encarar seus defeitos, mas...ahhh como é gostoso as recompensas que estão vindo com isso. Hoje em dia me sinto completamente diferente, é uma Stéphanie menos séria, mais tranquila, mais amável e até, quem diria, menos introspectiva.
É um novo mundo. É um novo mundo para a Maya, é um novo mundo para a mamãe, é um novo mundo para a Stéphanie.
Meu mundo também é outro. Embora eu seja uma mãe de 2a viagem, passar pelo 8o e 9o mês de gravidez foi uma novidade para mim. Mas mais do que isso, eu ansiava pelo meu mundo "mãe de dois".
- Será que dou conta de dois?
- Será que a gente realmente gosta dos dois igual?
- Como será a reação minha e da Nina?
A vida com a Nina mudou meu mundo, então, quando o Dudu chegou, a sala de casa já era cheia de brinquedos, a agenda da família raramente fura a rotina das crianças, Du e eu já sabemos trabalhar em equipe (eu sempre liderando, para deixar claro, nem sempre rola pro-atividade... homens...) para dar conta da operação logística dos dois.
Então tá, o que mudou?
Primeiro meu coração, que recebeu o Dudu muito bem e obrigada. Somos uma família, e amo os meus filhos, sem nenhuma preferência e sem nenhum clichê, mas "coração de mãe, sempre cabe mais um".
Segundo que muda muito é a rotina de dois, sendo um deles bebê, Jesus... Quando um fica pronto, começa o outro, e claro que isso se passa no mínimo em uma hora, e se perder o ritmo, começa do zero tudo de novo. 
Terceiro que muda muito é que a vez da mamãe demora mais para chegar, então as crises do tipo "estou exausta" aparece mais cedo e mais vezes.
O ar sorri numa casa com criança, o que dirá com duas. Essa é uma mudança gostosa. Uma hora é um bebê que começou a interagir e sorri num "bom dia"  seu, num outro é uma menina linda dando seus primeiros passos de ballet. E num daqueles bem delicia, estamos nós 4 deitados, um interagindo com o outro.
Meu mundo é outro, tem 2 filhos, 1 marido e muito amor.



sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Eu poderia inflar e voar...

Steph: Muuuuito feliz que o Dudu chegou lindão, com saúde e tranquilo! Parabéns para vcs! Aproveitem esse momento com toda a intensidade!

Vivi: Obrigada Ste! Estou tão feliz que poderia inflar e voar

Steph
Vivi
Maya está com 2 meses e até então tive inúmeros momentos que me enchi de alegria, amor e felicidade. Simplesmente estou fascinada por todos as mudanças e sentimentos que uma criança trás com ela. É muita energia positiva. Ela une o casal, aproxima a família, gera mais momentos de convivência intensa, traz tranquilidade, exalta comportamentos mais saudáveis e positivos, reaproxima amigos ou até te traz novos...poderia numerar muitas coisas aqui.
Mas, até então, eu tive dois grandes momentos que “inflei e voei”. O primeiro foi ali na sala de parto mesmo. No momento que senti ela pela primeira vez a sensação é que eu estava respirando amor. Estava calma, tranquila e rindo, mas assim que alguem deitou ela no meu peito, aquela avalanche de choro de felicidade surgiu. E naquele momento eu praticamente me vi inflada e voando por aquela sala de parto como um balão. Um balão em forma de coração, bem vermelho e grandão.
O segundo surgiu apenas alguns dias atrás. Fui pegar a Maya no berço. Assim que ela me viu e falei com ela, surgiu  o maior sorriso do mundo! Adorei aquilo e comecei a conversar com ela...e cada vez ela enchia aquele quarto com mais sorrisos e gargalhadas. E pela segunda vez sai, inflada, voando por aí. Foi um momento nosso, só nosso. Foi um momento que senti que finalmente conectamos como mãe e filha. Foi nesse momento que a relação que estávamos construindo ao longo dos últimos 2 meses, se concretizou e materializou em sorrisos. E tudo, tudo, tudo, tudo passou a valer a pena e fazer sentido.




Eu tenho duas experiências de parto completamente distintas. Na vez da Nina foi estranho por vários motivos. Foi a primeira filha, foi prematuro, foi praticamente feito de um dia para o outro, eu sai para fazer um ultrassom de rotina e não voltei mais. Ela nasceu, quase num susto, a Dra me mostrou ela por 5 segundos, e depois eu a vi dentro de um saco plástico, numa incubadora indo para UTI. Não da para inflar, não tinha tempo para isso. Em compensação, lembro exatamente do dia que inflei e voei com a nina, 4 dias depois que ela nasceu, eu fiz o canguru, um procedimento médico, mas extremamente humano, 2h com ela, tão pequena, grudada corpo a corpo comigo. Ai, suspiro só de lembrar, que delicia!!!! Que felicidade. Ela ficou no meio de mim, mas praticamente foi o dia que de fato ela entrou de vez no meu coração. Nos esquentamos, nos tocamos, nos amamos. Foi lindo, mas queria a experiência simples de se ter filhos, queria aquela foto típica de mãe ,pai, filhinho assim que nasce, aquele segundo que a gente fica boba com o milagre da vida. Então, no Dudu, foi tudo diferente. Eu estava numa explosão de felicidade por saber que ia realizar um sonho, meu bebê ia nascer de 9 meses, saudável, a gente ia tirar foto e eu iria registrar um dos dias mais felizes da minha vida. Não estava muito calma não, mas o meu marido entrou na sala com um sorriso tão lindo e cheio de paz, que passou pra mim. Estava no céu, meu sonho, meu marido sorrindo, minha família crescendo... enfim. E dai, o choro!!! Aí meu Deus, nasceu!! E se eu tinha alguma dúvida se eu ia amo-lo como a Nina, já ser mãe a essa hora só ajuda, ele veio para os meus braços e na hora falei e senti que ele era meu filho e que tinha uma irmã linda esperando por ele. Desde esse dia, meus momentos de "inflar e voar" são quando vejo os 2 juntos, ou nós 4 juntos. Família é lindo demais!





quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Nasce uma mãe

Vivi: Eu o acordo de madrugada no max de 4h. Mas o processo êh lento. Mama um peito, faz coco, troca, mama outro faz arrotar = 1h30/2h. Qdo volto a dormir já tem que acordar de novo

Steph: To so pensando de onde vc tira energia! E de onde eu viu tirar energia!! Hahaha

Vivi: Isso se chama ser mãe. Nasce junto com o bebê

Steph
Vivi
Essa conversa nós tivemos logo depois que o Dudu nasceu, quando a Maya ainda estava no quentinho da minha barriga. E sim, eu tinha muito medo de como seria quando ela estivesse aqui. De onde tirar energia para acordar de madrugada? Não dormir direito? Eu, que adoro dormir, ficar de preguiça e que durmo 8 horas e ainda acho que poderia ser mais...  
Hoje sei que é exatamente isso. Nasce uma mãe junto com o bebê.
Descobri muuuitas coisas sobre mim em apenas 2 meses com a Maya. Descobri que posso muito mais do que achava, descobri que eu tenho muito mais coragem do que achava, descobri que tenho muito mais força do que imaginava. A verdade que não nasce apenas uma mãe, nasce uma nova pessoa. Aos poucos você precisa olhar para dentro e fazer novas descobertas sobre você. Quais as novas prioridades, vontades e limites. Acho que por isso existem tantas mães que mudam de rumo profissionalmente, por exemplo (alias, com certeza, esse assunto vai ser debate em algum post!).  
Eu ainda estou descobrindo quem é essa nova Stephanie....
Em relação as noites de sono....sim, é difícil. Mas, seu corpo vai se acostumando. Hoje durmo 4hrs direto e acordo como se tivessem sido 8 hrs...acordo bem, feliz e renovada. As vezes as 3 da manhã, quando a Maya acorda para mamar, me pego até sem sono. E muitas vezes eu e meu marido ficamos batendo papo, no meio da madrugada até adormecer denovo...
É, simplesmente, uma nova vida e seu corpo entende isso.
Eu também adoro dormir, mas desde a Nina, descobri que dormir não é para os fracos, mas para os sem filhos. Então, no Dudu, não esperava nada diferente. 
Eu acho que você, quando ciente da responsabilidade sobre o cuidado do seu filho, arranca força que só existe quando você vira mãe, é aquela mistura boa de amor, carinho e cuidado, sobretudo. Quando penso que ele fica com a boquinha suja se eu não passar um paninho, tangibiliza a responsabilidade e dependência.
As madrugadas são os primeiros sinais que te mostram como muitas mães tem atitudes pouco compreendidas por outros. Afinal, como entender que a gente, mesmo acabada, acorda e amamenta, ainda que o peito esteja doendo e você com sono? 
Somos dos nossos filhos, respeitamos (não obedecemos) a agenda deles, por amor.
Ser mãe, para mim, é o único título que não deve poupar modéstia, somos fortes sim, somos feras, somos corujas e criamos uma sensibilidade especial.
Agora cansa, e tem dia que cansa mais e tem dia que cansa menos. Mas o corpo se adapta, e passa, antes do que você se dê conta, passou. 
Nina tem 3 anos, dorme e cresce...


sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Os passos da "reabilitação" para a vida normal

Vivi: E aí? Conseguiu tomar banho?

Steph: Banho??? Hahahaha Não!!

Vivi: Qdo conseguir vc chegou no Step 1. Step 2 é tirar o pijama. Boa estratégia: Dormir de roupa!

Steph
Vivi
Acordar, tirar o pijama e tomar banho é automático para você? Para mim era. E aí veio a Maya. E esse pequeno passo automático se tornou mais uma das tarefas que é preciso fazer. Parece que eu to fazendo drama? Ok, talvez um pouco, mas realmente a dificuldade de sair do pijama e tomar um banho se torna maior. Já tinham me alertado disso então coloquei na minha cabeça que “não existe chance de não sair do pijama todos os dias”. Se eu consegui? Sim! Essa é uma daquelas que realmente fiz questão de não deixar só no pensamento. Tornei o momento de tomar banho o “meu momento” do dia. Nos primeiros dias, pedia para alguem ficar com ela para cumprir minha meta de ter um banho tranquilo. Mas, assim como tudo, vamos pegando o jeito e depois de 1 semana lá estava eu tomando banho, de porta aberta, com a Maya sentada na cadeirinha e eu de olho nela. Minha primeira descoberta sobre a minha filha foi que ela ama o som do chuveiro e dorme. Então, esse continua sendo um momento meu...que ela respeita e acompanha quietinha! Ahhh...e como é gostoso descobrir um pouco mais sobre ela e saber que está tudo bem e que podemos fazer coisas juntas!  
Ai Ai, isso eu acho que melhora quando você é mãe de 2a viagem. Como sei que corremos um sério risco de ficar sem escovar os dentes o dia inteiro, na ultima mamada da madrugada (umas 5h da manhã) , evito voltar a deitar, tomo café com o Du e já levanto para arrumar a Nina para escola e a vida começar a acontecer. Depois que eles saem, já me "arrumo, chamo isso de dignidade da mãe, hahahaha. Desses quase 3 meses, fiquei de pijama o dia inteiro apenas 1x, graças a um dia histórico de cólica, uma média excelente, comparada à Nina. Os primeiros meses exigem uma abdicação da sua vida muito grande (eu não sei fazer de outro jeito), então você tem que se organizar e administrar a rotina na unha para não ser engolida pela confusão que é ter a logística de um bebê. E chamo de passos porquê você tem que ir se desafiando a novos passos, primeiro é tirar pijama todos os dias, garantir um bom banho diário e agora estou tentando me arrumar (parar de usar legging e camisa) e caminhar. Num futuro não tão distante, vai ser o retorno ao peso, uso das roupas pré gravidez, quem sabe um exercício e massagens modeladores.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Surtei. Atira a primeira pedra quem não...

Vivi: Surtar faz parte. Comigo essa semana foram 2x. Cólicas do dudu + sensação que nunca vou dar conta de dois. Uma amiga minha me ligou um dia 8h da manhã dizendo q se pegou fazendo a mala, gritava com o marido q ia embora q não tinha sido feita para ser mãe. Hj a filha tem 1 ano e ela ainda mora com o marido e filha

Steph: É, eu to quase assim. To mto triste pq fico pensando q desejamos tanto isso e agora so consigo pensar em como era bom sem ela. Sei q é dificil para todas mas... to com medo de surtar! Enfim... Acho q faz parte mas nao to conseguindo colocar minha cabeca no lugar e ficar tranquila

Vivi: Se permita estar exausta. Vc está com pontos, peito doendo e machucado, responsabilidade de ser mãe, td junto! Perfeitamente normal e aceitável. Aquelas fotos do bco de imagens de pampers certamente não foram feitas nos primeiros dias. 


Steph
Vivi
Sim, eu surtei. Sim, não deve ter sido fácil conviver comigo nas primeiras 2 semanas depois que a Maya nasceu. As primeiras 2 semanas foram difíceis. Nossa, como foram difíceis!!! O medo, o desespero que sua vida mudou completamente, a dificuldade de aceitar isso, o tédio, a monotonia, o não sair de casa, a responsabilidade, não saber o que fazer com aquele choro, não conseguir amamentar...e tudo isso junto e misturado com os hormônios (ah, esses hormônios!!). Gente, é normal!!! Sei que quando você passa por isso não ajuda saber que é normal, mas é normal. E passa. Também sei que não parece, mas eu juro que passa.
Nem sei qual é o conselho para essas horas, talvez não tenha nenhum. Você só precisa de apoio moral, das pessoas que te amam ao redor te ajudando, aceitar ajuda e...ter muuuita paciência porque vai passar.
Para mim foram 2 semanas. E aos poucos as coisas entraram nos eixos...um novo eixo! Cheio de possibilidades e responsabilidades.
Eu me permito surtar de vez em quando, embora eu me arrependa depois. E nem vou trazer aqui o assunto já bem stressado da multitarefa da mulher, o ponto é que vivemos de fato muita coisa ao mesmo tempo num corpo abalado fisicamente, e num stress mental de uma mudança absurda de vida. 
E isso não é diferente para mães de segunda viagem, acho que fica até mais complicado, um querendo o peito, e outro querendo coração... Ai que emoção.
Fico "P" quando falam que mulheres amamentando são stressadas, quero ver um homem que aguenta 10 pontos na barriga, peito doendo, bebê chorando com cólica e uma outra falando no seu ouvido: "quero mamãe" e passar ileso e calmo a esse furacão.
Também não estou dizendo para sair berrando, mas é importante se respeitar, e mais ainda, quem estar do seu lado (porquê você precisa de alguém) ter paciência e respeitar o seu momento, pois isso passa, um dia, mas passa.