sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Ahhhh...mamentação

Steph: Eu tive o meu ataque ontem. Surtei completamente. Ta sendo mto duro dar de mamar. Não ta dando mto certo.

Vivi: Então, amamentar êh complicado. Não te falei nada antes para vc não ir com uma barreira, mas o começo dói demais. Mesmo com a experiência da Nina, sofri mais com o dudu. Pra vc ter uma ideia, eu fechava os olhos, com um pano na boca para não gritar mto e minha mãe encaixava ele no meu peito pq eu não tinha coragem. Dps descobri q estava colocando ele torto. Fomos nos encaixando. Meu peito meio q calejando e hj estamos bem. Eu quase meti uma mamadeira no dudu no começo, me sentia a pior mãe do mundo mas com o tempo eles vão criando ritmo e a gente tbm

Steph: Qto tempo vc levou para pegar o ritmo? E ficar um pouco melhor?

Vivi: De vdd? 20 dias

Steph: Me da desespero só de pensar que demora tanto mas e melhor saber do que viver na ilusão

Vivi: Ta passando a lasinoh

Steph: Sim, to passando e colocando um gelzinho tb q deixo na geladeira e ajuda a aliviar

Vivi: Sabe que eu fiz q a pediatra indicou e eu achei mto bom. Fiz chá de camomila, esperei esfriar, molhei uma toalha e coloquei sobre o peito. Antinflamatorio natural

Steph: Vou tentar fazer isso! To tentando de tudo mesmo! Hehehe

Steph
Vivi
O começo da amamentação foi super difícil. E não adianta eu falar que não me alertaram sobre isso porque tinham. E eu também lido todos aqueles posts “as 10 coisas sobre amamentação que ninguém te contou”. Eu sabia que ia doer, eu já sabia que sai primeiro o colostro e demora para o leite descer, eu sabia de tudo isso...e não adiantou de nada. Na hora, bateu pânico e bateu a dor.
Quando a Maya não parava de chorar de fome, quando eu tentava colocar ela para mamar de 30 em 30 min com muita dor...nada do que eu sabia me reconfortou. A verdade é que nem lembrei de tudo isso porque nessa hora só sentia dor. Tanto física quanto emocional de ver minha filha chorar de fome.
Pedi ajuda para as enfermeiras do hospital. Toda nova enfermeira que entrava eu pedia para me mostrar, pedia ajuda, pedia conselhos. Queria escrever que teve alguma santa enfermeira com mais paciência que foi um anjo que caiu do céu e me ajudou. Mas, não, não foi também o que aconteceu. A maioria estava com pressa, impaciente, não entendia porque eu estava tão aflita. E eu não entendia porque elas não entendiam minha aflição. Hoje entendo que elas não me ajudavam mais porque não tinha nada mais a ser feito. Estava tudo certo, a Maya, eu, a pega estava correta. Eu só precisava de apoio emocional e isso elas realmente não tem tempo para dar.
Na última noite no hospital, eu desisti. Estava exausta, com muita dor, precisava clarear a cabeça e assim, me sentindo a pior mãe do mundo, autorizei o hospital a dar mamadeira e formula para a Maya por uma noite, para descansar.
E nessa noite, com toda a culpa e sentimento de derrota, decidi que não queria que fosse assim. Esse momento que eu me dei foi muito importante para não desistir. Foi um tempo para recuperar o folego. E aí também surgiram os meus anjos. Meu marido, minha mãe, minha sogra e minha pediatra. Todos juntos, com muita calma, me dando apoio e criando um ambiente de calma...
Não aconteceu magicamente, foi acontecendo. O ritual era sempre o mesmo. Sozinha, eu e ela, música e muita calma (as vezes ficava mais de uma hora trancada com ela..) começamos a nos encaixar. Junto comigo só o whatsapp e a pediatra do outro lado me acompanhando e me deixando tranquila de que eu estava sendo a melhor mãe que poderia. E assim, ao longo dos dias, a coisa começou a acontecer.
O que eu acho? Leia, se informe, se prepara, saiba que doí, que não é fácil....de algum jeito vai te ajudar. Mas, “na hora da verdade” tudo que você vai precisar é força de vontade, calma, pensamentos positivos e, como sempre falo, a sua rede de apoio.
Hoje dar de mamar é fácil e é rotina. Entendo a importância desse momento para o meu relacionamento com a Maya e entendo a importância do leite materno. E a Maya vai ter isso até quando sentir que faz sentido para nós duas. Mas, confesso que até hoje não é meu momento preferido. Eu gosto muito mais dos momentos que rimos juntas, brincamos e conversamos. Estou criando outros momentos nossos porque, em algum momento, porque quero, porque preciso, porque será necessário...esse nosso momentos vai deixar de existir. Mas, acho que isso merece outro post...
Tive 2 experiências de amamentar completamente diferente uma da outra. A Nininha, nasceu prematura, veio pegar no meu peito já tinha 20 dias de vida, meu peito foi preparado na sala de ordenha do Hospital Santa Catarina. Sim, chamava-se sala de ordenha, e tinham 2 assistentes de nutrição na sala, cuidando com muito carinho do meu peito para que ele fosse um alimento para minha bebe de 1,4kg, é um processo de nome estranho, mas lindo. Mostra para você o valor do leite materno e te bota na situação mais mamífera e animal que a maternidade pode te dar, é louco, se parar para pensar.
Nininha, tomava o leite numa sonda no começo, e depois passou para uma chuquinha e finalmente veio para o meu peito, e sem o menor drama, aquela boquinha tão pequena, pegou meu peito numa experiência amadurecida num esforço das fonoaudiologas e enfermeiras, pois a amamentação é um casamento do seu peito com o bebe, as 2 partes tem que estar, digamos, disponíveis.
Deu tudo certo, ela foi pra casa, eu toda orgulhosa do meu peito, e a moça não engordou, e dai tivemos que colocar o temido complemento. Me senti a pior mãe do mundo. Mas minha pediatra amiga e parceira, falou: "não vamos desistir do peito". Então começava a amamentação pelo peito, e depois o complemento. Até que em um momento, ela começou a tomar menos complemento, meu leite foi dando conta do recado e por fim, consegui amamentar a Nina no peito ate o 7o mês. Graças a Deus, não tive mastite, não empedrou, nada... ufa, digo que é sorte.
Com o Dudu, a historia foi diferente. Dudu nasceu com os meus sonhados 9 meses, horas depois de ter nascido, pegou meu peito tão lindo! Tudo certo, viemos para casa e as coisas começaram a mudar. Ele mamava muito e várias vezes, e isso foi machucando meu peito, a ponto de eu chorar para dar de mamar. Na minha cabeça passava comprar bico de silicone, tirar leite e por na mamadeira, mas venci bravamente (sério, me orgulho disso, porque doía muito) e a gente foi se ajeitando. Minha mãe foi muito parceira me falando que isso passava, que o peito iria calejar, dando técnicas e me ajudando muito, eu não tinha coragem de colocar o Dudu no peito, e quando chegava a hora de amamentar eu já suava... Ela segurava ele para mim, pedia para eu por um pano na boca para não assustar o bebê e me tranquilizava com o carinho de mãe. Também, com a pediatra, descobri que eu o colocava numa posição torta e isso era matador, na consulta, ela só ajeitou a posição dele no meu peito e na hora a dor melhorou muito.
O tempo passou e hoje eu curto tanto amamentar, Dudu está no auge dos 7,5kg de puro leite materno, eu me sinto muito bem e feliz!!!!! Só de pensar em parar, já me dói o peito, ou melhor, o coração. Mas isso será outro post.



quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Para nossos amigos...

Steph: Amiga sem filho: "e vc? Tudo bem? Novas?" Eu: "tudo bem, só beeem cansada" Amiga sem filho: "pq?" Eu: “.......”

Vivi: Kkkkk

Steph: Difícil explicar, né? Hj li uma frase sobre comparação entre qm tem e não tem filhos: "A vida de quem não tem filhos pode ser mais divertida e livre mas a nossa desse lado tem mais amor"

Steph
Vivi
Eu acho difícil esse assunto. Eu e o Fe somos os primeiros do nosso grupo de amigos próximos que temos filho. Isso nunca me incomodou, mas descobri que é mais difícil que eu imaginava. Não só porque em muitos momentos você não tem para quem perguntar ou pedir ajuda, mas porque é difícil manter a amizade como era antes quando sua vida vira de ponta cabeça desse jeito.
Qual a solução? Acho que eu não tenho uma resposta ainda, mas acho que cada um precisa olhar a coisa pelo ponto de vista do outro. Meus amigos precisam entender e respeitar que minha vida mudou e que agora vão existir outros assuntos, outro jeito de ficar junto e se divertir. E eu preciso respeitar que nem todos estão prontos para conviver intensamente com a Maya e isso não significa que eles gostem menos de mim.
Até então, eu descobri amigos incríveis. Amigos que entendem que estou sobre carregada e que tudo mudou radicalmente e que ajudam muuuito. Ligam e mandam mensagem quase todos os dias, pedem foto da Maya para acompanhar (mesmo quando não podem visitar!), trazem a manicure aqui em casa para eu poder me cuidar um pouco, passam uma tarde me ajudando trocando fralda, fazendo ela dormir... simplesmente amigos que tornam o dia a dia mais leve e me ajudam a entender que tudo bem que as coisas mudaram, mas que eles estão aí de qualquer jeito. E eu acho isso incrível porque eles nem tem filhos, mas realmente entendem minha nova vida. Para esses amigos, obrigada! Nunca vou esquecer toda a ajuda e amor e prometo retribuir quando for a vez de vocês J
E sim, também tenho alguns amigos que tenho visto com menos frequência ou que o relacionamento se tornou um pouco mais difícil. Eu entendo. Para eles, eu só gostaria de dizer que eu sei que muita coisa mudou, que eu sei que não é mais igual. Eu só posso prometer que eventualmente (não sei quando) as coisas vão ficar mais fáceis, eu vou estar mais adaptada, a Maya vai estar um pouco maior e nós as coisas aos poucos voltam ao normal. Se vocês aguentarem esperar até lá, eu vou ficar muito feliz!
Eu nunca fui de muitos amigos, tenho poucos. Mas sei o que posso contar de cada um, e sei quem são o que posso contar incondicionalmente. 
Mas de fato, a maternidade te muda muito e isso certamente impacta não só nas amizades, mas com todas as relações que você tem na vida.
Eu tenho uma amiga de infância, que vivemos muitas coisas juntas, engravidei antes dela e quando ela teve sua filha, de fato, nossa amizade sintonizou melhor, num entendimento natural do momento de cada uma.
Lembro de uma outra amiga que não tinha filhos, que quando me ligava não entendia muito porque as vezes eu não conseguia atender, e que quando teve o filho dela, foi a primeira coisa que me falou "agora entendo porque você não atendia".
Mas também é muito legal o universo de novas amizades na maternidade, você se identifica com valores de algumas mães, percebe que não tem nada a ver com outras. Depois que a Nina entrou na escolinha, isso ficou muito mais claro e fácil, são mães, em geral, que tem filhos e fases de vida semelhantes, e os dilemas, vontades, piadas, desabafos, tem uma harmonia de momento que não dá pra negar.
Suas outras amigas, que estão em momentos de vida diferentes, tem assuntos interessantes, é um mundo que não te pertence, mas existe, entretanto a troca diminui, então, naturalmente há um afastamento (pelo menos no meu caso).
Ser mãe te domina muito, e isso não sei se é de todo bom, pode te alienar até inconscientemente, então, eu acho que o ideal seria dosar isso, mas eu, de verdade, ainda não aprendi.




segunda-feira, 29 de setembro de 2014

As mães e suas táticas

Steph: As vezes sinto q ela ta entediada então chora....Hahaha

Vivi: kkk...Carteado?

Steph: As vezes danço com ela! Hahaha

Vivi: Boa

Steph: E qdo eu to no limite normalmente. Ai ajuda as duas...Hahaha

Steph
Vivi
18:30 todos os dias na minha casa...é a hora chamado de “hora do terror”. É a hora que a Maya já está irritada, cansada, com fome. Mas, eu enrolo ela mais uns 30 min para dar banho. Enrolo porque descobri que essa meia hora faz diferença. Logo depois do banho ela relaxa, mama e dorme a noite inteira tranquilamente.
A decisão é minha de enrolar ela um pouco, mas não significa que todos os dias seja exigido de mim uma paciência gigante para aguentar 30 min de choro.
E dai?? E dai que até para isso desenvolvemos nossas técnicas. A minha é dançar. Sim, 18:30 na minha casa, na “hora do terror”, você vai encontrar eu e a Maya dançando pela casa.
As vezes isso não resolve e ela continua chorando, mas pelo menos isso me acalma e me deixa tranquila, para passar tranquilidade para ela. E as vezes até funciona e ela para de chorar e curtimos juntas.
Cada mãe é diferente, sim, especialmente porque cada uma tem a sua tática para os momentos mais diferentes (e difíceis!).
As táticas são particulares e muitas vezes engraçadas. Quem nunca ouviu de colocar um bolinha de cobertor na testa para para de soluçar? A bisa Alice (Vo do marido) tem táticas, pra não dizer simpatias, simplesmente para tudo, sério, da para escrever um livro. É engraçado ouvir, muitas delas são soluções rústicas da época, que hoje só receberam uma cara tecnológica nova, como a chupeta de hoje era um paninho umedecido molhado em alguma coisa doce, e assim vai. Cada um cria o seu jeito.
Nas cólicas da Nina eu me lembro que para aguentar o choro (e foram muitos), eu fechava os olhos e imaginava que estava no mar.
O Du tem uma técnica de fazer o Dudu dormir tão estranha, ele chacoalha o bebê, bate ritmo tipo samba no bumbum dele, não suficiente, ao colocá-lo no berço ele coloca a almofada sobre as pernas dele. Sei lá porque, sempre funciona.